segunda-feira, 20 de maio de 2013

Friedrich Schiller


por Ana Lucia Santana


          Johann Christoph Friedrich Von Schiller, um dos maiores literatos alemães do século XVIII, ao lado de Goethe, nasceu no dia 10 de novembro de 1759, em Marbach am Neckar, província na qual passa seus primeiros quatro anos de existência. Este grande poeta, dramaturgo, filósofo e historiador era filho do cirurgião militar Johann Kaspar Schiller, integrante do exército de Württemberg, e de Elisabeth Dorothea Kodweis, filha do proprietário de uma taberna.

          Por força do ofício militar, o pai de Schiller se transfere constantemente de residência, porém os estágios nas cidades de Lorch e Ludwigsburg deram ao garoto a oportunidade de conquistar uma educação bem regulamentada. Já aos cinco anos ele dá início ao aprendizado da língua latina, sob a supervisão do pastor Ulrich Moser. Embora destinado ao estudo da Teologia, ele foi obrigado pelo Duque de Württemberg a seguir a carreira militar, mesmo contra sua vontade. Conseguiu escapar do curso de Direito e, com a transferência da escola para Stuttgart, no ano de 1775, ele foi estudar Medicina.

          Esta experiência direta com as atitudes ditatoriais dos militares e a inspiração do filósofo Rousseau, somada à influência dos poetas que integravam o Sturm und Drang, acirraram sua indignação com o Estado opressor. O poeta canaliza seu sentimento revoltoso através da criação da peça Die Räuber (Os assaltantes), sua obra pioneira, escrita de 1777 a 1778, quando ainda era um estudante. Este trabalho foi financiado pelo próprio Schiller, conquistando sucesso imediato. Este drama é reconhecido até hoje como uma das peças fundamentais da dramaturgia alemã deste período. Este é o primeiro resultado de suas leituras de Plutarco, Klopstock, Shakespeare, Lessing, Goethe, entre outros.

          Schiller se graduou em 1780, sofrendo então nova frustração ao ser encaminhado para atuar em um corpo de tropas estacionado em Stuttgart. Um ano depois ele lança Os Bandoleiros, obra apresentada em 1782 no Teatro de Mannheim. O êxito é tal que anima o poeta a desertar do regimento, com destino indeterminado, para se devotar unicamente à Literatura, depois de permanecer preso por quinze dias após deixar a cidade para assistir à representação de seu novo trabalho, além de ser coibido de produzir outras peças.

          Neste mesmo ano ele lança, também com renda pessoal, A Conjura de Fiesco, embora não tenha com ela muitos lucros. No ano de 1783 ele convence o empresário von Dalberg a ler sua mais recente produção, Intriga e Amor, obtendo assim um cargo como poeta do Teatro de Mannheim. Infelizmente, porém, ele adoece e não consegue executar as cláusulas do contrato estabelecido, criar três peças anuais. Neste momento, pressionado pelas dificuldades econômicas, ele revela seus dissabores aos futuros amigos Gottfried Körner e Ferdinando Huber e suas noivas, conquistando sua confiança e seu auxílio, incluindo hospedagem em Leipzig e, posteriormente, em Dresden. Neste período, de 1785 a 1787, o poeta elabora Don Carlos.

          Ao se mudar para Weimar, em 1787, Schiller conhece Goethe, bem como sua futura mulher, Charlotte von Lengefeld, que lhe concede dois meninos e duas meninas. Ele continua a espelhar em sua obra a crítica ao autoritarismo e a uma sociedade que castra toda atitude individual. Um ano mais tarde o poeta, por indicação de Goethe, assume a posição de professor de Filosofia e História da Universidade de Iena, período em que ele consegue escapar da miséria e estabiliza sua situação financeira. Ele decide então se casar com Charlotte, mas neste mesmo momento, em 1790, sua saúde se deteriora, não mais se restabelecendo completamente até sua morte, em 1805, de broncopneumonia, agravada pela presença de uma peritonite e de uma pleurite. Nos anos que se seguem, ele se devota ao ensino universitário, aos estudos filosóficos e estéticos.

          Com a divulgação de sua enfermidade, ele obtém um auxílio do Príncipe de Augustenburg, o que lhe possibilitou a produção de As Cartas Sobre Educação Estética, Sobre Graça e Dignidade, entre outros trabalhos. Sua amizade com Goethe se intensifica em 1794; dois anos depois ele inicia a obra Wallestein, ao mesmo tempo em que os dois lançam conjuntamente Xênias. Em 1799, Schiller fixa residência em Weimar e cria grande parte de seus trabalhos: Maria Stuart, em 1800; A Donzela de Orleans, em 1801; A Noiva de Messina, em 1803; Guilherme Tell, em 1804.

          Desgastado pela intensa produção de sua obra, ele tem uma crise mais intensa de saúde e morre em Weimar, no dia nove de maio de 1805.
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